10 agosto 2010

Assistência na doença

Este país situa-se num dos primeiros lugares do ranking dos melhores países para se viver. E haverá razões para tal. Uma delas é certamente a assistência oferecida aos seus doentes ou pessoas com incapacidade ou deficiência física. Para terem uma ideia, uma pessoa que possua incapacidade física acentuada tem direito a usufruir de todo o tipo de equipamentos necessários para o seu dia-a-dia. Têm por exemplo, o uso de cadeira de rodas. Aqui, se precisarem de uma,  fazem o pedido e recebem-na. Não ficam meses e meses à espera, como estão habituados em terras do ex Condado Portucalense. Até o Rei D. Afonso Henriques deve vaguear por aí, tal é a miséria em que se transformou esse país. Se ele soubesse... Mas isso fica para outra história. Aqui vou falar apenas de como as necessidades dos deficientes físicos são levadas em conta. Eles têm direitos e estes são respeitados. Não são inventadas desculpas intragáveis, para tapar os olhinhos de quem precisa, e deitar abaixo qualquer esperança de conseguir alguma ajuda por parte do governo português. Isso é coisa rara e difícil. Mas se pelo contrário, ficarem a dever uns cêntimos, podem ter a certeza de que até vos põem em tribunal, sendo convocados a comparecer judicialmente no caso de não regularizarem a situação e com direito a pagar  juros, pois tem de se dar umas lições ao pessoal, que é para aprenderem. Pois é, que não vos ocorra ir fazer pedidos a dizer que estão a passar por situações delicadas, etc, etc, a não serem que tenham um corredor de filhos ou tenham preguiça de trabalhar. Haverá por lá uma alínea qualquer a dizer que afinal não podem fazer nada por si. E não critique nem se enerve. Ainda corre o risco de ser mal tratado e mandado para um certo sítio onde o sol não brilha. Criticar devia servir para abrir os olhos de quem governa mas isso porém não é assim. Temos de comer e andar caladinhos. E assim, lá vai continuando tudo na mesma para o desespero de uns, que normalmente são aqueles que cumprem com todas as suas obrigações sociais, laborais e de cidadão, e satisfação de outros, que dão a volta às leis em seu benefício próprio ou conhecem um amigo que trabalha no sítio tal e até lhe deu umas dicas de como fazer a marosca bem feita. Comparativamente ao Luxemburgo, Portugal ainda é um bebé chorão que tem muito que aprender em algumas coisas, e o sistema de saúde é uma delas. Não adianta nada ter um bom projecto se depois ninguém sabe fazê-lo cumprir, certo?
Ora, seguindo com o raciocínio inicial, dizia que aqui as pessoas têm direitos. A começar pela dita cadeira de rodas, e não é uma qualquer. Falo daquelas com motor e não das que toda a gente já conhece, em que têm de ter uma força de cavalo para põ-la a andar. Se, infelizmente, a situação for grave ao ponto de ter de andar numa cadeira com apoio próprio para a cabeça e pernas, essa também é facultada. E não ficam por aqui. Como qualquer pessoa que tenha ao seu cargo alguém dependente fisicamente sabe, a transferência cama-cadeira ou cadeira de rodas-cadeira do banho pode ser um problema sério. Pois aqui facultam um elevador que tira um enorme peso das costas destes cuidadores. Para quem não sabe, há uns elevadores (alguns podem tê-los observado nos hospitais) que servem para fazer esse tipo de transferências. Claro que essas coisas não são dadas, pois assim que já não tenham necessidade de as possuir devem devolvê-las, para que a seguir estejam disponíveis para quem delas precise. E se mesmo assim, são cuidadores e estes equipamentos ajudam mas não são suficientes, podem solicitar ajuda ao domicílio para a execução de tarefas, tais como o banho ou a alimentação. Devem estar alguns a perguntarem-se quanto pagam ao fim do mês! Não pagam nada. E ainda recebem. Existe um fundo para os cuidadores informares poderem suprir todas as necessidades que acharem essenciais, como por exemplo fraldas, dispositivos urinários ou outros. Nada que se compare ao 80 euros que recebem em Portugal, não é?
Devem estar a pensar no bom que era. Pois é, a isto se chama zelar pelos seus. O nível de um país também passa pela forma como os mais necessitados são tratados.
Numa outra altura falarei na assistência à maternidade, que este texto já vai longo.

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